13 de dez. de 2010

Que susto!

Essa é uma das tiras do talentoso Carlos Ruas, dono do site Um Sábado Qualquer.
Além do talento com o desenho, o rapaz aborda um tema espinhoso com muita desenvoltura, inteligência e bom humor.

10 de dez. de 2010

Contradição

O nome deste blog é um contra-senso: "penso, logo escrevo". A paráfrase de Descartes não representa bem a realidade, uma vez que a minha cabeça vive cheia de pensamentos (em geral longas divagações), porém, eu praticamente não os trago pra este espaço.

Na maioria das vezes é falta de tempo; e nas outras, preguiça.

14 de out. de 2010

O Livreiro


"O Livreiro" é uma rede social destinada aos (escassos?) amantes dos livros. Como no orkut, facebook etc, você cria seu perfil, monta a sua "estante" com obras que você já leu, está lendo ou lerá, além de poder participar de comunidades sobre autores e temas do mundo literário.

Para quem gosta do assunto, vale a pena conferir! (clique na imagem)

29 de set. de 2010

Destruição

Na noite do dia 27 deste mês os habitantes de Três Lagoas sofreram os efeitos de um forte vendaval.

Foi o pior evento natural que já presenciei. Logo após o ocorrido, em meu bairro, não foi possível ter noção da intensidade do fenômeno. Somente no outro dia, ao rumar ao centro da cidade, é que pude visualizar boa parte dos danos.

E pensar que há menos de uma semana rogávamos aos céus por chuva, que há meses não caía.

Ver vídeos, fotos e relatos causa certa sensação; por outro lado "vivenciar" toda a coisa é absurdamente mais intenso.

Momentos como esse ressaltam o quão tênue é a nossa existência; nossa pequenez frente às forças da natureza...

Caminhando entre alguns locais totalmente destruídos, me vieram à mente as lembranças de recentes catástrofes naturais, as quais foram muito mais devastadoras; os seus efeitos nas populações locais...

Partes da cidade sem energia elétrica, água, telefone...

Numericamente houve poucas vítimas fatais (ouvi relatos de 3 ou 4). Nesse ponto,  mais uma vez trago a questão da intensidade:

- "milhões de judeus mortos na 2ª guerra mundial", lido em um livro de história, é um número estonteante, porém vago, abstrato;

- uma pessoa, ao nosso lado, é motivo de grande pesar e tristeza...

As perdas materiais se tornam totalmente insignificantes.

20 de ago. de 2010

Livros, memórias e melancolia

Como é sabido, a melancolia é um de meus traços mais peculiares. Gosto muito de recordar dos bons momentos, das boas conversas, dos gostos, dos cheiros, das cores...

... de tudo aquilo que, por razões que me escapam da compreensão, ficou guardado nos recônditos de minha mente. 

Ressalto que não se trata de lamúria ou de um juízo de valor em relação ao presente, como se aquilo que já passou fosse sempre melhor do que aquilo que flui agora.

No começo dessa semana algumas belas memórias vieram visitar minha mente de forma tão repentina que me causaram espanto.

Eu sou um amante dos livros. Uma boa leitura está incluida entre as coisas que mais gosto de fazer na vida. E quando penso no início desse "relacionamento", dessa paixão, sempre me remeto ao segundo ano do ensino médio (2002). Até então, lidava apenas com as leituras escolares e com gibis.
Nesse ano um amigo me mostrou o livro que acabara de ler: Harry Potter e a pedra filosofal. Me contou que tinha gostado muito do texto, da história etc. Eu, como bom ouvinte, fiquei instigado com aquela empolgação com que ele me narrava. 
Então ele me perguntou: "Não gostaria de lê-lo? Eu te empresto!"
Pra mim esse sempre foi o "momento primeiro" de minha íntima relação com os livros. Naquele mesmo ano li muitos outros e acabei adotanto um hábito que o meu amigo tinha: listar o nome daqueles lidos. 

O mantenho até hoje. A cada livro lido, aponto seu nome, o do autor e o ano em que li.

E foi justamente num desses momentos, em que eu anotava o nome de mais um livro lido, que me veio um turbilhão de lembranças:
- me recordei que aos dez anos, na quarte série (1996), ganhei dois livros; eram duas obras infanto-juvenis; em uma, uma história de suspense que se ambientava em Pirenópolis - GO, durante as cavalhadas; a outra, contava a história de um menino que vivia em um circo e tinha como amigo um palhaço-fantasma.

Tudo isso me surgiu do nada. E de uma forma tão viva, que fiquei extasiado! Comecei a lembrar de algumas figuras dos livros, de alguns detalhes de certos personagens... enfim, como disse, um turbilhão de lembranças.
No mesmo momento recorri ao oráculo pós-moderno (google) na ânsia de encontrar o nome dessas obras. A primeira foi fácil:


É difícil descrever o que senti ao ver essa capa novamente! E com isso, lembrei de muitos outros detalhes, como o fato de ter ficado tão empolgado com o livro, que o levava para ler na escola (durante a aula... rsrs), e ainda que cheguei a relê-lo várias vezes, de tão boa que era a história (não me lembro de ter feito isso com outros livros).

Depois desse frenesi, me voltei à segunda obra. Essa, num primeiro momento, me deu muito trabalho. Dessa eu não tinha lembrança de muitos detalhes, o que me atrapalhou um bocado! Nesse dia cheguei a ficar com a cabeça um pouco cansada, de tanto me esforçar pra lembrar o nome do personagem principal. Desisti.

No dia seguinte, tentei novamente. E dessa vez consegui:


Aconteceu o mesmo de quando vi a primeira capa. Vieram à mente os detalhes dos quais já não me lembrava mais.

Que alegria!

Naquele dia passei boas horas deitado, me deleitando com todas minhas memórias, abusando de meu melancolismo. 

Lembrei da alegria pueril de encantamento; das fracassadas tentativas de contar para meus coleguinhas sobre as viagens que eu fazia por meio daqueles livros (me lembrei até do semblante de estranheza que eles faziam enquanto eu falava... rsrs); enfim, me lembrei de todo aquele universo em que eu vivia...

Achei a experiência fantástica! Como pude lembrar de tudo isso naquele momento? E por que não ocorrera antes?

Ah, a nossa mente! Ela me fascina tanto quanto o universo! 


P.S - os livros em questão passaram a figurar no topo de minha lista, e certamente estarão dentre minhas próximas aquisições.
P.P.S - não li os outros livros de Harry Potter... rsrsr

16 de ago. de 2010

Por aí

Apesar do meu sumiço desde a copa do mundo, todas as coisas estão em seus devidos lugares.
Nesse meio tempo passei uns poucos mas maravilhosos dias com meu pai. Mobilidade: Eis uma das melhores vantagens de ser profissional liberal.

Continuo com aquele problema de deixar determinados comentários pra serem feitos depois. E esse depois nunca vem! 

Outro motivo é a distância em relação ao computador. Tirando quando estou trabalhando, eu praticamente não ligo meu pc.

Bem, é isso. Sigo por aí...

2 de jul. de 2010

Copa do mundo

Este é o primeiro e certamente será o único post a respeito da copa do mundo de futebol.

Essa afirmação pode surpreender algumas pessoas, já que gosto muito desse esporte.

Fato é que, em relação à copa do mundo, não sinto mais tamanha emoção como outrora. Assisto aos jogos, vibro e tudo mais... todavia, a intensidade diminuiu. E sinceramente nem sei a razão disso.

Hoje nossa seleção perdeu pra Holanda (seleção pela qual sempre tive um carinho especial, talvez fruto da admiração pelo futebol apresentado em 74 e 78).

E foi uma derrota feia, com seu ápice na agressão do Felipe Melo. Penso que são em situações extremas, como a de hoje, é que a pessoa mais expõe seu caráter. Egoista, no mínimo: trata-se de um esporte coletivo; atitudes imbecis não prejudicam somente o autor, e sim todos.

Em relação ao Dunga, prefiro lembrar dele como jogador. Dava gosto de vê-lo jogar. É claro, tratava-se de um volante, marcador, mas a vontade, os bons passes e a liderança o faziam um jogador diferenciado. Como técnico, teve ótimos resultados, mas, parece que esses mesmos resultados fizeram que ele se encerrasse em sua própria teimosia.

Desde que me entendo por gente, nossa seleção sofre absurdamente com o sistema defensivo. E, parece que quando tivemos "a melhor defesa do mundo" (salve, poeta Galvão!), a habilidade, característica de nosso futebol, foi deixada de lado.

Sei que não adianta falar daqueles que não foram convocados. Mas, fazer o quê? Hoje, na dificuldade do segundo tempo, pensei no banco que tínhamos. Quem entraria? Júlio Baptista? Kléberson? E aí me lembro de Ronaldinho Gaúcho, Ganso, Alex...

Dentre os titulares, dois de nossas principais peças ofensivas, vindos de lesão, sem ritmo de jogo etc. Tudo sabido anteriormente...

Acredito muito que a razão está entre os extremos.

E que fique claro: não lamento a derrota. É lamentável a forma como se perdeu.

Pra quem já teve o prazer de ver os vídeos da nossa seleção de 82 pode entender o que digo. O time perdeu, mas a forma como jogou...

Ali sim, tem-se um exemplo dos caprichos desse esporte. A derrota de hoje, não!

18 de jun. de 2010

Tristeza

Hoje pela manhã faleceu José Saramago.

Sem sombra de dúvida, meu escritor contemporâneo predileto.

Único escritor de língua portuguesa a ganhar o nobel de literatura; autor de obras marcantes como "Ensaio sobre a cegueira", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra"; ateu; comunista; dono de uma forma de escrita totalmente peculiar, humor ácido e divagações filosóficas...
De fato, uma figura marcante.

Apesar de ser uma pessoa que nem cheguei a conhecer pessoalmente, a minha manhã ficou triste ao saber da notícia.

Salve, José Saramago!



9 de jun. de 2010

Trechos

"A visão moderna, a meu ver, envolve uma falsa concepção do crescimento. Somos acusados de retardamento porque não perdemos um gosto que tínhamos na infância. Mas, na verdade, o retardamento consiste não em recusar-se a perder as coisas antigas, mas sim em não aceitar coisas novas. Hoje gosto de vinho branco alemão, coisa que tenho certeza de que não gostaria quando criança; mas não deixei de gostar de limonada. Chamo esse processo de crescimento ou desenvolvimento, porque ele me enriqueceu: se antes eu tinha um único prazer, agora tenho dois. Porém, se eu tivesse de perder o gosto por limonada para adquirir o gosto pelo vinho, isso não seria crescimento, mas simples mudança. Hoje em dia, já não gosto somente de contos de fada, mas também de Tolstói, Jane Austen e Trollope, e chamo isso de crescimento; se tivesse precisado deixar de lado os contos de fada para apreciar os romancistas, não diria que cresci, mas que mudei."

C. S. Lewis 
("Três maneiras de escrever para crianças" in As Crônicas de Nárnia - Volume ùnico, 2ª ed, p. 744)